Esta é a história de uma quinta antiga do Douro, que remonta aos meados do século XVIII, pela qual um homem se apaixonou. Em 2012, o francês Philippe Austruy, proprietário de várias quintas vitivinícolas em França e Itália, procura uma quinta no Douro.
Quando visita a Quinta da Côrte, é amor à primeira vista. Os edifícios estão em muito mau estado e nota-se uma falta de manutenção generalizada, mas a propriedade demonstra ter grande potencial. Philippe Austruy demora mais de um ano a concretizar a aquisição junto de todos os herdeiros, mas em finais de 2013, as obras começam. A primeira decisão foi de reerguer todos os muros. Depois, a vinha e a adega foram alvo de todas as atenções.
Para valorizar a Quinta da Côrte e atingir a excelência garantida pelo ‘terroir’, composto por 26 hectares de vinhas – 13 das quais vinhas velhas –, Philippe Austruy recorre ao consultor Stéphane Derenoncourt e à sua equipa. A enóloga Marta Casanova assume a direcção-geral da Quinta. E em 2013, faz-se a primeira colheita, com um vinho tinto do Douro a comprovar a excelência vínica do terreno.
Nestes socalcos de terras com classificação A (a melhor classificação do Douro), 13 hectares são de vinha velha – a maioria com mais de 80 anos -, e a parcela mais antiga (a no 505) tem 110 anos de idade. Os vinhos do Porto da Quinta da Côrte são feitos exclusivamente com estas vinhas velhas, em pisa clássica, a pé. Nestas parcelas, encontram-se mais de cem de castas misturadas, que num trabalho profundo de investigação, foram geo-referenciadas cepa a cepa, tendo desenvolvido um programa SIG para a quinta no âmbito da Viticultura de precisão.
Nestes socalcos de terras com classificação A (a melhor classificação do Douro), 13 hectares são de vinha velha – a maioria com mais de 80 anos -, e a parcela mais antiga (a no 505) tem 110 anos de idade. Os vinhos do Porto da Quinta da Côrte são feitos exclusivamente com estas vinhas velhas, em pisa clássica, a pé. Nestas parcelas, encontram-se mais de cem de castas misturadas, que num trabalho profundo de investigação, foram geo-referenciadas cepa a cepa, tendo desenvolvido um programa SIG para a quinta no âmbito da Viticultura de precisão.
ENOTURISMO
Philippe Austruy já era proprietário da Commanderie de Peyrassol, nas Côtes de Provence, em França, e do Château Malescasse, no Haut-Médoc, quando adquiriu, no final de 2013, a Quinta da Côrte, no Alto Douro. Para recuperar os edifícios e construir um enoturismo, trouxe consigo a visão de Pierre Yovanovitch, arquitecto e ‘designer’ de interiores de renome internacional, que reinterpretou o espaço com a sua visão depurada e linhas arquitectónicas audaciosas, e o complementou com objectos de artesãos locais e obras de arte semeadas um pouco por todo o lado.
O enoturismo conta com oito quartos de hóspedes – três dos quais na Casa principal -, dominados pelo luxo simples e a atenção ao detalhe. Roupa de cama em linho bordado, almofadas e atoalhados monogramados, casas de banho dominadas pela faiança artesanal portuguesa, quadros, litografias de artistas e dezenas de candeeiros de autor, acesos em permanência, são alguns dos pormenores em que se atenta.
Na casa principal, a traça original foi mantida, mas a decoração, as fotografias e as peças de arte introduzem um toque moderno. Biblioteca, sala de estar e lareiras acesas oferecem conforto. O centro – e a alma – da casa é claramente a cozinha, com a sua monumental chaminé coberta de azulejos, e uma mesa espaçosa, revestida por uma criação original que reproduz a paisagem do Vale do Douro e a própria Quinta da Côrte. A lareira da chaminé, onde o lume crepita a todas as horas, traz calor (humano) à casa. À mesa do almoço e do jantar, chegam pratos tradicionais e despretensiosos, com produtos da região, devidamente acompanhados pelo azeite da Quinta da Côrte, a marmelada e os produtos da horta, que vão adicionando frescura e sazonalidade.
No meio desta paisagem classificada como património mundial da UNESCO, a vista sobre os socalcos do Douro e as vinhas é uma constante. A partir da primavera, quase todos os hóspedes optam por fazer as refeições nos espaços exteriores da Quinta, onde a vista não tem rival. O almoço à sombra da vinha, ou o jantar numa noite quente de verão, com a brisa do Douro, são o melhor garante de memórias que não se repetem.
As adegas da Quinta da Côrte são outro ponto-forte: a mais antiga, do Vinho do Porto, ainda guardava tesouros antigos, com pipas centenárias e tonéis originais de 1936, em 2013. Foi graças ao vinho do Porto que repousava nestas pipas que Marta Casanova, com paciência e desvelo, fez o Tawny 30 anos da Quinta da Côrte, Pipa 28.
Quanto à nova adega, um edifício de três pisos desenhado pela enóloga Marta Casanova e por Pierre Yovanovitch, é um hino à modernidade, à arte e ao bom gosto. Adega de gravidade, recebe as uvas no piso térreo, que descem ao segundo piso para as cubas em inox, ou ao terceiro piso, à sala das barricas, integralmente habitada por barricas em carvalho francês (com excepção das barricas Stockinger, para o vinho branco). A arte está presente por toda a adega, seja em quadros, tapeçarias ou objectos de cerâmica que tornam o espaço único.
Há provas de vinhos diárias (sob marcação) para quem quer conhecer a adega e ter uma amostra dos vinhos da Quinta da Côrte. A visita e a prova-base, que inclui três vinhos da Quinta da Côrte, começa nos 19€ por pessoa.
Informações úteis:
Morada: Quinta da Côrte, 5120-491 Valença do Douro
Contacto: enoturismo.reservas@quintadacorte.com
Site: https://quintadacorte.com